As dores do dia-a-dia (i.e., pequenos arranhões, quedas) durante o período formativo da infância têm sido largamente negligenciada, no entanto, esses episódios de dor quotidiana constituem uma óptima oportunidade para as crianças aprenderem o que é a dor. A falta comparativa de investigação sobre a dor quotidiana entre as crianças tem evidenciado que, embora o leque potencial de dor “quotidiana” seja vasto, não é claro como é que as crianças conceptualizam estas experiências enquanto exploram estratégias de coping para lidar com a dor do dia-a-dia. Estas experiências envolvem não só oportunidades de aprendizagem relacionadas com a exposição direta das crianças, mas também oportunidades de aprendizagem através de interações subsequentes com outras pessoas no seu ambiente (por exemplo, pais, educadores, colegas). Orientado pela teoria da aprendizagem social, este é o primeiro estudo a seguir uma metodologia mista para explorar a concetualização da dor quotidiana relatada por crianças em idade pré-escolar, dos 3 aos 6 anos, uma vez que a maior parte da literatura se centra na dor clínica e nos dados relatados exclusivamente pelos pais. O estudo procura compreender de que forma os contextos sociais, incluindo o comportamento dos pais/cuidadores e o sexo, têm impacto nas experiências de dor quotidiana das crianças. Os resultados podem fornecer informações inovadoras para alargar a nossa compreensão da dor numa idade precoce e a sua relação com as respostas dos pais à dor, contribuindo para futuras linhas de investigação.
EXPLORING EVERYDAY PAIN IN PRESCHOOL CHILDREN: COPING, PARENTAL INFLUENCE AND VOCABULARY
Investigadores integrados: Catarina Tomé Pires (IR), Genta Kulari (Co-IR)
Equipa:
Ana Cristina Pires – Instituto Superior Técnico de Lisboa, Universidade de Lisboa