Cuidar é uma tarefa desafiante. A investigação mostra que cuidar de um familiar com demência está associado ao aumento do risco de sofrer perturbações mentais e físicas. Implica estar sob um processo de stresse crónico, capaz de alterar o funcionamento psicossocial dos cuidadores informais (CI). No entanto, os dados mostram uma grande variabilidade individual na forma como os CI lidam com essa experiência. Assim, é de grande importância identificar fatores (do doente, do cuidador e na relação doente-cuidador) que possam aumentar a vulnerabilidade ou a proteção contra os efeitos negativos do cuidado. O objetivo deste projeto é examinar e compreender melhor a variabilidade individual nas respostas dos CIs à tarefa de cuidar, numa amostra de doentes com demência e os seus cuidadores. Iremos caracterizar o funcionamento psicossocial dos CIs e explorar o papel desempenhado de diversas variáveis (vinculação, regulação emocional, coping, funcionamento familiar) na explicação das diferenças individuais. Através deste projeto, será possível identificar os CIs em maior risco, assim como reunir conhecimento para fundamentar o desenvolvimento de intervenções psicossociais dirigidas às necessidades dos CIs.
DETERMINANTES PSICOSSOCIAIS DAS DIFERENÇAS INDIVIDUAIS E BURNOUT NO CUIDADOR DA PESSOA COM DEMÊNCIA: UM ESTUDO LONGITUDINAL
Investigadores integrados: Rute Brites (IR): Odete Nunes, João Hipólito, Tânia Brandão | Investigador Convidado: Francisco Moniz Pereira (Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa)